Homenagens pelo Centenário

IMPRESSÕES DE LÚCIO MENDONÇA DE AZEVEDO POR SEU ALUNO PADRE THOMAZ DE AQUINO PRATA

Na década de 1940, naquele tempo apenas estudante no Seminário São José de Uberaba, preparava-me com um grupo de doze seminaristas para ingressar no Curso de Filosofia, em Belo Horizonte. As matérias daquele curso de aperfeiçoamento eram Português, Francês, Latim, Grego e Apologética. O professor de português era o Dr. Lúcio de Azevedo Mendonça, reconhecidamente o melhor professor da matéria na cidade. Não ensinava regras gramaticais.

Ensinam como escrever bem. Seus autores prediletos eram Olavo Bilac, Raimundo Correa e Alberto de Oliveira. Analisam os sonetos desses autores, mostrando a tendência literária de cada um deles. Proclamava que escrever era uma arte, um dom que não era concedido a todos. Assim como havia os dons para a música, para a pintura, para o desenho, para a escultura, havia o dom para a literatura, para a arte do bem escrever.

O professor Lúcio insistia sempre em dois pontos: o uso correto dos adjetivos qualificativos. Eles existiam para serem usados. "Se você pode dizer sobre um céu coberto de estrelas, por que não dizer estrelas resplandecentes?" Segundo: "quando uma inspiração vier à sua mente, aproveite-a logo. Não deixe para depois. É como uma locomotiva, quando ela chega não deixe para pegá-la depois, ela não volta mais."

Dr. Lúcio deixou saudades. Deixou em mim sua marca. Era um grande professor. Sobretudo, amava a arte do bem escrever.

Padre Thomaz de Aquino Prata


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