Vida

Lúcio Mendonça de Azevedo nasceu em Uberaba (MG), no dia 30 de março de 1911.

Era filho do advogado Mário Mendonça de Azevedo e de Tertuliana Cristina de Azevedo.
Era sobrinho de Lúcio de Mendonça, fundador da Academia Brasileira de Letras e de Salvador de Mendonça, também da ABL.

Foi casado com Célia dos Santos Mendonça, filha de Antônio Zeferino dos Santos e Marieta Prata dos Santos.

É sua filha Alverana Martins Ferreira, casada com Gabriel Ferreira Borges.

Eram seus irmãos: José Mendonça, advogado e membro fundador da Academia de Letras do Triângulo Mineiro; Francisco de Paula Bueno de Azevedo, funcionário da Prefeitura Municipal de Uberaba; João Mendonça, bancário aposentado; Sílvia Mendonça de Azevedo; Maria Conceição Mendonça de la Rocque e Gastão Azevedo Mendonça, funcionário aposentado do Banco do Brasil, todos já falecidos.

Estudou no Colégio Diocesano de Uberaba. Nesse período, fundou “O Estudante”, jornal de jovens, literário e crítico, e posteriormente o “Jornal’ Ôco”, fusão de “O Estudante” e “O Zenith”. Colou grau em 1928, tendo sido escolhido orador da turma.

Em 10 de dezembro de 1932, aos 21 anos, depois de um curso brilhante, bacharelou-se em Direito pela Universidade de Minas Gerais.

Exerceu advocacia em Patrocínio (MG), onde foi também vereador durante cinco anos. Foi professor no Ginásio "Dom Lustosa", dos Padres dos Sacratíssimos Corações, e um dos fundadores da "Gazeta de Patrocínio". Prestou relevante contribuição ao progresso daquela cidade.

Em 1940, regressou a Uberaba. Foi Diretor da Instrução Municipal até 1941, quando foi nomeado secretário da Prefeitura Municipal pelo então prefeito, Whady Nassif, cargo que ocupou até a sua aposentadoria.

Por duas vezes ocupou o cargo de prefeito, substituindo Lauro Fontoura, em 1946, e Misael Cruvinel Borges, em 1947.

Nesta cidade, lecionou no Colégio Triângulo Mineiro, no Seminário São José, e na Faculdade de Filosofia. Transmitia o conhecimento, com muita segurança, àqueles que também desejavam progredir, compreendendo melhor o mundo, à luz da verdade e do saber.

Foi, também, poeta, escritor, cronista, orador brilhante e jornalista, tendo integrado o corpo redatorial do jornal “O Triângulo”, em 1951. Colaborou com todos os principais jornais aqui editados, como “Lavoura e Comércio”, e da região, como “A Cidade do Prata”, com poemas, artigos e crônicas.

Ocupou posição de acentuado relevo nos meios intelectuais de Uberaba, brilhando, ao lado de outras admiráveis figuras conterrâneas, como expoente dos reconhecidos valores. Durante toda a sua vida, preparou e orientou inúmeros discursos de solenidades. Foi um apaixonado pelas letras e pela imprensa, revelando-se principalmente como literário.

Aposentou-se em janeiro de 1963, depois de 25 anos na função de Secretário Geral da Prefeitura Municipal de Uberaba, como um dos mais capazes e dedicados colaboradores do chefe do Executivo.
Em 1967, em virtude de sua indiscutível capacidade técnica-administrativa, foi convocado pelo prefeito João Guido para prestar assistência técnica à Secretaria de Administração da Prefeitura Municipal de Uberaba.

Escreveu inúmeras letras de músicas. A famosa mazurca “Vida Marvada”, escrita aos 17 anos, foi musicada por Henrique Foréis Domingues, conhecido por Almirante; “Hino a Uberaba”, musicada por Renato Frateschi; “Canção da Adolescência”, “Treze de Maio”, musicadas por Alberto Frateschi; “Almas e Flores”, “Destinos Iguais”, “Samba do Meu Brasil”, “Sport Club Fabrício”, “Independente Atlético Club”, “Razões do Coração”, “Núcleo Operário Amoroso Costa”, musicadas por J. Vilaça Júnior; “Hino do Centenário de Uberaba”, musicada por Ernani de Martino; "Cotinha", musicada por Alberto Damiani; “Culto à Bandeira”, “Hino do Uberaba Tênis Clube”, “Hino do Sindicato dos Bancários de Uberaba”, “Hino do Posto São Pedro”, “Hino do Grupo Escolar João Pinheiro”, “Hino do Grêmio Musical Carlos Gomes”, “Hino do Grêmio Infantil Flausino Vale”, “Hino do Conservatório Musical de Uberaba”.

Repentista notável, improvisava com assombrosa facilidade. Na sátira em versos, o humor que revelava numa improvisação rápida, nas rodas que participava, enchia de alegria o ambiente, dando-lhe uma nota alta de inteligência, de comunicação e cordialidade. Foi em uma dessas reuniões, em um bar da cidade, que um amigo o definiu como um “grande da Espanha” no esbanjamento de seu talento.

Mas não era somente o talento de escol que caracterizava Lúcio Azevedo. Tão grande como ele era a sua bondade, tecida de generosidade e compreensão, de amor aos humildes e pequeninos. A sinceridade e a lealdade foram outros traços da sua admirável personalidade.

Escondia, com a sua simplicidade e modéstia peculiares aos homens dotados de inteligência privilegiada, a pujança de sua imaginação criadora e inspiração poética. Seu timbre de voz agradável conquistava as massas. Sua oração fluente, de estilo elegante, fazia vibrar os espectadores.

Foi um dos membros fundadores da Academia de Letras do Triângulo Mineiro, ocupando a Cadeira nº 16.

Faleceu em 8 de abril de 1971, aos 60 anos.

Em maio de 1972, foi inaugurado pelo então prefeito, Dr. Arnaldo Rosa Prata, o “Palácio da Cultura Lúcio Mendonça de Azevedo”, destinado à concentração das atividades culturais da cidade, em uma justa homenagem a sua memória, uma das mais lúcidas inteligências do Triângulo Mineiro.


Bibliografia:
Jornal O Triângulo, Uberaba (MG), 11 jul. 1951.
Jornal Lavoura e Comércio, Uberaba (MG), 10 jan. 1963.
Jornal Lavoura e Comércio, Uberaba (MG), 09/02/1967 e 10/02/1967
Jornal Lavoura e Comércio, Uberaba (MG), 10 abr. 1971.
Jornal Lavoura e Comércio, Uberaba (MG), 04 maio 1972.
Jornal Lavoura e Comércio, Uberaba (MG), 03 jul. 1979.
Paolinelli, Sônia Maria Rezende. Coletânea Biográfica de Escritores Uberabenses. Uberaba (MG): Sociedade Amigos da Biblioteca Pública Municipal “Bernardo Guimarães”, 2009. 132 p




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