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Homenagens pelo Centenário
ALGUMAS IMPRESSÕES DE LÚCIO MENDONÇA DE AZEVEDO POR SUA SOBRINHA TERTULIANA CRISTINA CAMPOS MENDONÇA SILVA
Tio Lúcio trouxe no sangue o amor a literatura, característica de seus ascendentes, inclusive de seu tio-avô Lúcio de Mendonça que teve a iniciativa de idealizar e fundar, ao lado de Machado de Assis, a Academia Brasileira de Letras, onde, sempre que estou no Rio de Janeiro, quando adentro a primeira sala, deparo-me de frente, na parede principal, com a magnífica pintura no imenso quadro de Lúcio de Mendonça e sou envolvida em forte emoção pela expressão de bondade que inspira, pelos olhos azuis serenos e profundos que mostram indizível linguagem.
Assim, também, me emocionava, orgulhosa, sempre que me encontrava com Tio Lúcio e até hoje, quando alguém a ele se refere. O homem bom, humilde e servidor que desenvolveu seus inúmeros talentos em prol dos que dele necessitavam.
Quando íamos a sua casa, em datas especiais, lá estavam o sorriso largo e discreto, os braços abertos vibrantes de alegria, a transparência do que é belo e reflexo da verdade. Tímida como fui, a Alverana, a Vera, como a chamávamos, sua filha, escutava atenta a enriquecedora conversa e tia Célia nos servia seus deliciosos quitutes, até hoje inesquecíveis na minha memória gustativa.
Inteligência fulgurante, revelada nas suas múltiplas atividades intelectuais, alcançou alturas muito além do mundo material, porque livre do concreto.
Artífice da palavra, entusiasmado e exuberante no escrever e no falar, redobrando adjetivos vastos e sonoros que alinhava em profusão. Foi, também, a própria poesia, no viver e na composição, especialmente, de sonetos e hinos.
Seu poema PÁGINA DO DRAMA SACRO é o que mais fundo toca o meu coração.
É imortal.
"Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra. (Mt, 5-5)
Tertuliana Cristina Campos Mendonça Silva
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