"A poesia, a verdadeira poesia que não se mede na rigidez das sílabas calculadas, que não se prende nos modelos clássicos, repetidos, com variações, nas obras-primas dos mestres, é espontânea e singela como o planger da inhuma nas ribanceiras sossegadas, como o canto triunfal dos galos que saúdam a madrugada redentora, como a cantiga das lavadeiras que entoam a canção dolente do trabalho, acompanhadas pelo concerto natural da voz dos rios, pela marcação estridente das arapongas metálicas, pelo queixume saudoso das rolas murmurantes, pelos violinos retesados do vento que tange as cordas verdes das árvores desgrenhadas."

A Alma do Povo na Poesia Brasileira
Lúcio Mendonça de Azevedo


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