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Homenagens pelo Centenário
PALAVRAS DA DIRETORA DA BIBLIOTECA PÚBLICA MUNICIPAL BERNARDO GUIMARÃES
Muito se diz da preservação da memória de alguém que, embora deixe marcas tantas, que não podem ser esquecidas, tenha que contar como findo o tempo de passar pela vida. Lamentável, e ainda, fatídica, é a inevitável partida, e a dor que causa e a saudade infinda. Suas palavras testemunham por si mesmas.
"É preciso partir. É tempo. Adeus!
Naquele instante, a soluçar de dor, A minh'alma ajoelhou-se com fervor,
Pedindo a Deus numa oração ardente,
Que deixasse ficar eternamente...
...
Nunca se apaga a velazinha ardente
Que vive iluminando eternamente
O sacrário inviolável da saudade."
Lúcio Mendonça de Azevedo, nesses fragmentos de seus versos, desvela-nos a sua alma tão sensível. Somos recíprocos ao poeta, nessa saudade mesma, comovidos pela lacuna imensa que sua ausência nos deixou.
É exatamente por essa razão que, hoje, neste momento singular, rebuscamos na memória dos tempos sua existência, seus afetos, seus feitos, na busca mais que legítima de imortalizá-lo, na comemoração do Centenário de seu nascimento.
"As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão
Mas as coisas findas,
muito mais que lindas,
essas ficarão."
Concordamos com Drummond, neste poema. Lúcio Mendonça, como "essas coisas muito mais que lindas" está gravado em nossa memória. E muito mais que mera lembrança, deixou-se tangível, por suas obras, seus escritos e pela digital de sua personalidade única.
No Centenário de seu Nascimento, queremos perpetuar a sua memória, guardando-a de forma a não se perder no tempo. A preservação da memória de um artista que já não mais está é o meio de mantê-lo presente.
Como o artista que por sua obra se mantém vivo por um tempo indeterminado, assim é Lúcio Azevedo para nós.
Foi imensurável a contribuição que Lúcio Mendonça de Azevedo deu à nossa cultura como escritor, poeta, jornalista; enquanto homem público e político nas sucessivas administrações nas quais participou e ainda como pessoa que muito enriqueceu a paisagem humana de nossa cidade, região e por que não dizer do país.
Nem todas as pessoas conhecem e reconhecem esse prédio como grande contribuição de Lúcio na área cultural de nossa cidade, enquanto Secretário Municipal na ocasião em que se construía este edifício, o qual em sua homenagem empresta seu nome, sendo denominado Palácio Cultural "Lúcio Mendonça de Azevedo". Aqui, também, ele deixou sua marca. Este é o Ninho que abriga a Cultura, a Literatura - Arte das Letras. Não é apenas um espaço. É o Guardião dos saberes, dos sonhos, da criatividade, da alma dos homens. É a Casa dos Livros e daqueles que os trouxeram à luz. Abrigam-se aqui a Academia de Letras do Triângulo Mineiro, a Biblioteca Pública Municipal Bernardo Guimarães e o Posto Avançado do Escritório de Direitos Autorais de Minas Gerais: juntos eternizando a história dos homens. É apropriado que receba o nome de Lúcio Mendonça de Azevedo.
Nesta ocasião, queremos resgatar e manter ativa a sua memória. E assim o fazemos por esse marco comemorativo, do que seria o seu centésimo aniversário. Não queremos que sua memória seja, apenas e tão somente, a lembrança de seu pensamento; e sim, que sua obra continue "ativa," "viva", "acesa" e "acessível" ao domínio público.
Assim, apresentamos seus feitos, suas obras, sua história por meio deste minucioso Portfólio, elaborado pela equipe técnica desta Biblioteca, com a colaboração da Sra. Fernanda Mendonça, sobrinha de nosso saudoso homenageado. Documento este, em sua homenagem, que doravante integra e enriquece o acervo da Biblioteca Pública Municipal Bernardo Guimarães, estando disponibilizado a toda comunidade uberabense.
Finalizo minha palavra com o trecho de um dos poemas de nosso homenageado: "a magnífica verdade nasce d'alma e, surge iluminada". Para nós, ele é essa verdade, que iluminou as páginas da história de nossa cidade, e fulgura ainda no presente, o brilho de suas obras.
Viviane de Almeida Cataldi
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